O MEIO AMBIENTE E COMUNIDADES TRADICIONAIS.
O MEIO AMBIENTE E COMUNIDADES TRADICIONAIS.
Neto de Azile.
Geógrafo e ativista do movimento negro.
Coordenador Geral do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão - FERMA.
A realidade ambiental hoje salienta a discussão em todos os níveis e dimensões da vida humana. O equilíbrio entre o meio ambiente e a sociedade industrial é um ponto convergente entre todos os povos e nações. Consiste o meio ambiente em todo o espaço apreensível por nossos sentidos. O senso comum formula a ideia que o meio ambiente é um espaço remanescente alheio a ação antrópica.
Deparamos hoje à nossa volta com a segunda natureza. Desmatamento, poluição, perda e envenenamento do solo, expansão urbana, enfim, e impressões do ser humano sobre a superfície.
A cada avanço tecnológico o espaço é reelaborado. Como produto dessa humanização os impactos ambientais comprometem a qualidade de vida do planeta diferentemente. Entretanto essa realidade se mostra bem diferente quando a apreensão resulta da interferência dos povos e comunidades tradicionais.
O decreto 6.040/2007 define estas comunidades como grupos que possuem formas próprias de organização social que reproduzem historicamente seu modo de vida com relações sustentáveis com a natureza e neste sentido desempenham papel fundamental para manutenção do equilíbrio ecológico.
Os povos tradicionais apresentam um modelo de ocupação e uso dos recursos naturais com fraca articulação com o mercado, com uso intensivo de mão de obra familiar e tecnologias de baixo impacto derivadas de conhecimentos patrimoniais de base sustentável. Destes saberes dependem a conservação dos recursos, a subsistência e a salvaguarda da tradição.
São comunidades tradicionais os ribeirinhos, quebradeiras de coco, quilombolas, comunidades de terreiro, indígenas e muitos outros. Seus conhecimentos e expressões, antes consideradas artesanais, pré-industriais ou limitadas, a cada dia tem se tornado eficaz na luta contra a degradação ambiental advinda da exploração em larga escala dos recursos naturais.
Considerados muitos vezes, ou comumente, folclóricos, os saberes tradicionais são menosprezados, desconsiderando-se, desta forma, experiências centenárias que vão desde uso da terra, cultivo e manejo, até o convívio equilibrado com os elementos naturais. Esse legado cultural é transmitido ao longo de várias gerações.
Com os avanços tecnológicos, isto é, a modernidade, estes agentes sociais, que vivem numa espécie de simbiose ambiental, sã atingidos por grandes projetos e tratados como primitivos e atrasados.
O território e o meio natural incluso é condição indispensável para a reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos e práticas gerados e transmitidos pela tradição. Os saberes tradicionais resultam de uma evolução histórica e conjunta entre estes povos e seus territórios. Neste modelo as sociedades modernas podem utilizar essa lógica para amenizar as agressões ao ecossistema.
Os problemas enfrentados pelas comunidades tradicionais é fruto do modelo capitalista de desenvolvimento econômico. Ocupam espaços há um tempo significativo, não tem registro legal e propriedade da terra. O embate advém da visão de ser impossível de se falar em conservação sem falar em retirada da população que habita o local, relação antagônica dos modos de vida tradicionais.
O Estado brasileiro tem imposto as comunidades tradicionais restrições ao seu modo de vida. Isto se dá na observância dos planos de manejo das áreas de proteção e legislação que se chocam com a manifestação cultural destes povos. A proibição do uso de áreas de preservação restringe o exercício de sua cultura. Entretanto essa política ambiental utilizada não é igual para todos. Muitas agressões ao ambiente são frutos das fragilidades desses marcos legais e falta de fiscalização e cabe ressaltar que estas ações criminosas não contam com a participação desses povos.
Neto de Azile.
Geógrafo e ativista do movimento negro.
Coordenador Geral do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão - FERMA.
A realidade ambiental hoje salienta a discussão em todos os níveis e dimensões da vida humana. O equilíbrio entre o meio ambiente e a sociedade industrial é um ponto convergente entre todos os povos e nações. Consiste o meio ambiente em todo o espaço apreensível por nossos sentidos. O senso comum formula a ideia que o meio ambiente é um espaço remanescente alheio a ação antrópica.
Deparamos hoje à nossa volta com a segunda natureza. Desmatamento, poluição, perda e envenenamento do solo, expansão urbana, enfim, e impressões do ser humano sobre a superfície.
A cada avanço tecnológico o espaço é reelaborado. Como produto dessa humanização os impactos ambientais comprometem a qualidade de vida do planeta diferentemente. Entretanto essa realidade se mostra bem diferente quando a apreensão resulta da interferência dos povos e comunidades tradicionais.
O decreto 6.040/2007 define estas comunidades como grupos que possuem formas próprias de organização social que reproduzem historicamente seu modo de vida com relações sustentáveis com a natureza e neste sentido desempenham papel fundamental para manutenção do equilíbrio ecológico.
Os povos tradicionais apresentam um modelo de ocupação e uso dos recursos naturais com fraca articulação com o mercado, com uso intensivo de mão de obra familiar e tecnologias de baixo impacto derivadas de conhecimentos patrimoniais de base sustentável. Destes saberes dependem a conservação dos recursos, a subsistência e a salvaguarda da tradição.
São comunidades tradicionais os ribeirinhos, quebradeiras de coco, quilombolas, comunidades de terreiro, indígenas e muitos outros. Seus conhecimentos e expressões, antes consideradas artesanais, pré-industriais ou limitadas, a cada dia tem se tornado eficaz na luta contra a degradação ambiental advinda da exploração em larga escala dos recursos naturais.
Considerados muitos vezes, ou comumente, folclóricos, os saberes tradicionais são menosprezados, desconsiderando-se, desta forma, experiências centenárias que vão desde uso da terra, cultivo e manejo, até o convívio equilibrado com os elementos naturais. Esse legado cultural é transmitido ao longo de várias gerações.
Com os avanços tecnológicos, isto é, a modernidade, estes agentes sociais, que vivem numa espécie de simbiose ambiental, sã atingidos por grandes projetos e tratados como primitivos e atrasados.
O território e o meio natural incluso é condição indispensável para a reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos e práticas gerados e transmitidos pela tradição. Os saberes tradicionais resultam de uma evolução histórica e conjunta entre estes povos e seus territórios. Neste modelo as sociedades modernas podem utilizar essa lógica para amenizar as agressões ao ecossistema.
Os problemas enfrentados pelas comunidades tradicionais é fruto do modelo capitalista de desenvolvimento econômico. Ocupam espaços há um tempo significativo, não tem registro legal e propriedade da terra. O embate advém da visão de ser impossível de se falar em conservação sem falar em retirada da população que habita o local, relação antagônica dos modos de vida tradicionais.
O Estado brasileiro tem imposto as comunidades tradicionais restrições ao seu modo de vida. Isto se dá na observância dos planos de manejo das áreas de proteção e legislação que se chocam com a manifestação cultural destes povos. A proibição do uso de áreas de preservação restringe o exercício de sua cultura. Entretanto essa política ambiental utilizada não é igual para todos. Muitas agressões ao ambiente são frutos das fragilidades desses marcos legais e falta de fiscalização e cabe ressaltar que estas ações criminosas não contam com a participação desses povos.
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