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sábado, 7 de dezembro de 2013

Luiz d'Jagun - 21 Anos parte 06 "Zezinho da Boa Viagem & Pai Jagun"

Luiz d'Jagun - 21 Anos parte 06 "Zezinho da Boa Viagem & Pai Jagun"

Entrevista Doté Zezinho da Boa Viagem part 2

Entrevista Doté Zezinho da Boa Viagem part 1

Luiz d'Jagun - 21 Anos parte 04 "Zezinho da Boa Viagem & Bida d'Yemanjá"

Luiz d'Jagun - 21 Anos parte 04 "Zezinho da Boa Viagem & Bida d'Yemanjá"

CULTNE - Ékèdi Célia - 50 Anos de Iniciada - Parte 1

trailler GISELE OMINDAREWA

CULTNE - Yalorixá Mãe Teté - Candomblé

1912 O QUEBRA DE XANGÔ - DOCUMENTÁRIO DE SILOÉ AMORIM

TVE Documenta - Quebra de Xangô (Bloco 2)

TVE Documenta - Quebra de Xangô (Bloco 1)

Chamada oficial do FMDH (30")

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O Cuidar no Terreiro

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Documentário Candomblé - A cidade das mulheres

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Documentário Candomblé - A cidade das mulheres

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Bahia de Verger - Caminhos da Reportagem (29/03/2012)

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Documentário - Atlântico Negro - Na Rota dos Orixás (Renato Barbieri)

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Besouro - O filme - Completo - 2009

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O Amuleto do Ogum - Filme Completo

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Candomblé - CD Ritual De Sasanyin

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Vudú (documental completo)

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Jardim das Folhas Sagradas Completo (Tv Tribuna Afro Brasileira)

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sábado, 9 de novembro de 2013

REDE MANDACARU BRASIL - RECOSOL - RMRN - Ilê Ilê Axé àrà-àiyé omim fun fun ofa bara lona orum aiye: A Ação Griô valoriza a tradição da oralidade enqua...

REDE MANDACARU BRASIL - RECOSOL - RMRN - Ilê Ilê Axé àrà-àiyé omim fun fun ofa bara lona orum aiye: A Ação Griô valoriza a tradição da oralidade enqua...: Ação Griô A Ação Griô valoriza a tradição da oralidade enquanto  patrimônio imaterial e  cultural a ser preservado. É um desafio no â...

Ciranda dos Griôs pela Lei Griô

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REDE MANDACARU BRASIL - RECOSOL - RMRN - Ilê Ilê Axé àrà-àiyé omim fun fun ofa bara lona orum aiye: DISCRIMINAÇÃO E ABANDONO NO QUE ERA A CASA DA IGUA...

REDE MANDACARU BRASIL - RECOSOL - RMRN - Ilê Ilê Axé àrà-àiyé omim fun fun ofa bara lona orum aiye: DISCRIMINAÇÃO E ABANDONO NO QUE ERA A CASA DA IGUA...: na sede da COEPPIR - Coordenadoria de Políticas Promoção da Igualdade Racial, órgão ligado à Secretaria Estadual de Justiç...

domingo, 3 de novembro de 2013

Santa Rita Preta

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Ojúoba - Liberdade Religiosa - CEAP

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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

o racismo velado no Brasil

O racismo velado, por Kabengele Munanga

Da Revista Fórum
O antropólogo fala sobre o mito da democracia racial brasileira, a polêmica com Demétrio Magnoli e o papel da mídia e da educação no combate ao preconceito no país.
Por Camila Souza Ramos e Glauco Faria
(A entrevista foi publicada na edição 77, de agosto de 2009)
Fórum - O senhor veio do antigo Zaire que, apesar de ter alguns pontos de contato com a cultura brasileira e a cultura do Congo, é um país bem diferente. O senhor sentiu, quando veio pra cá, a questão racial? Como foi essa mudança para o senhor?
Kabengele - Essas coisas não são tão abertas como a gente pensa. Cheguei aqui em 1975, diretamente para a USP, para fazer doutorado. Não se depara com o preconceito à primeira vista, logo que sai do aeroporto. Essas coisas vêm pouco a pouco, quando se começa a descobrir que você entra em alguns lugares e percebe que é único, que te olham e já sabem que não é daqui, que não é como “nossos negros”, é diferente. Poderia dizer que esse estranhamento é por ser estrangeiro, mas essa comparação na verdade é feita em relação aos negros da terra, que não entram em alguns lugares ou não entram de cabeça erguida.
Depois, com o tempo, na academia, fiz disciplinas em antropologia e alguns de meus professores eram especialistas na questão racial. Foi através da academia, da literatura, que comecei a descobrir que havia problemas no país. Uma das primeiras aulas que fiz foi em 1975, 1976, já era uma disciplina sobre a questão racial com meu orientador João Batista Borges Pereira. Depois, com o tempo, você vai entrar em algum lugar em que está sozinho e se pergunta: onde estão os outros? As pessoas olhavam mesmo, inclusive olhavam mais quando eu entrava com minha mulher e meus filhos. Porque é uma família inter-racial: a mulher branca, o homem negro, um filho negro e um filho mestiço. Em todos os lugares em que a gente entrava, era motivo de curiosidade. O pessoal tentava ser discreto, mas nem sempre escondia. Entrávamos em lugares onde geralmente os negros não entram.
A partir daí você começa a buscar uma explicação para saber o porquê e se aproxima da literatura e das aulas da universidade que falam da discriminação racial no Brasil, os trabalhos de Florestan Fernandes, do Otavio Ianni, do meu próprio orientador e de tantos outros que trabalharam com a questão. Mas o problema é que quando a pessoa é adulta sabe se defender, mas as crianças não. Tenho dois filhos que nasceram na Bélgica, dois no Congo e meu caçula é brasileiro. Quantas vezes, quando estavam sozinhos na rua, sem defesa, se depararam com a polícia?
Meus filhos estudaram em escola particular, Colégio Equipe, onde estudavam filhos de alguns colegas professores. Eu não ia buscá-los na escola, e quando saíam para tomar ônibus e voltar para casa com alguns colegas que eram brancos, eles eram os únicos a ser revistados. No entanto, a condição social era a mesma e estudavam no mesmo colégio. Por que só eles podiam ser suspeitos e revistados pela polícia? Essa situação eu não posso contar quantas vezes vi acontecer. Lembro que meu filho mais velho, que hoje é ator, quando comprou o primeiro carro dele, não sei quantas vezes ele foi parado pela polícia. Sempre apontando a arma para ele para mostrar o documento. Ele foi instruído para não discutir e dizer que os documentos estão no porta-luvas, senão podem pensar que ele vai sacar uma arma. Na realidade, era suspeito de ser ladrão do próprio carro que ele comprou com o trabalho dele. Meus filhos até hoje não saem de casa para atravessar a rua sem documento. São adultos e criaram esse hábito, porque até você provar que não é ladrão... A geografia do seu corpo não indica isso.
Então, essa coisa de pensar que a diferença é simplesmente social, é claro que o social acompanha, mas e a geografia do corpo? Isso aqui também vai junto com o social, não tem como separar as duas coisas. Fui com o tempo respondendo à questão, por meio da vivência, com o cotidiano e as coisas que aprendi na universidade, depoimentos de pessoas da população negra, e entendi que a democracia racial é um mito. Existe realmente um racismo no Brasil, diferenciado daquele praticado na África do Sul durante o regime do apartheid, diferente também do racismo praticado nos EUA, principalmente no Sul. Porque nosso racismo é, utilizando uma palavra bem conhecida, sutil. Ele é velado. Pelo fato de ser sutil e velado isso não quer dizer que faça menos vítimas do que aquele que é aberto. Faz vítimas de qualquer maneira.
Revista Fórum - Quando você tem um sistema como o sul-africano ou um sistema de restrição de direitos como houve nos EUA, o inimigo está claro. No caso brasileiro é mais difícil combatê-lo...
Kabengele - Claro, é mais difícil. Porque você não identifica seu opressor. Nos EUA era mais fácil porque começava pelas leis. A primeira reivindicação: o fim das leis racistas. Depois, se luta para implementar políticas públicas que busquem a promoção da igualdade racial. Aqui é mais difícil, porque não tinha lei nem pra discriminar, nem pra proteger. As leis pra proteger estão na nova Constituição que diz que o racismo é um crime inafiançável. Antes disso tinha a lei Afonso Arinos, de 1951. De acordo com essa lei, a prática do racismo não era um crime, era uma contravenção. A população negra e indígena viveu muito tempo sem leis nem para discriminar nem para proteger.
Revista Fórum - Aqui no Brasil há mais dificuldade com relação ao sistema de cotas justamente por conta do mito da democracia racial?
Kabengele - Tem segmentos da população a favor e contra. Começaria pelos que estão contra as cotas, que apelam para a própria Constituição, afirmando que perante a lei somos todos iguais. Então não devemos tratar os cidadãos brasileiros diferentemente, as cotas seriam uma inconstitucionalidade. Outro argumento contrário, que já foi demolido, é a ideia de que seria difícil distinguir os negros no Brasil para se beneficiar pelas cotas por causa da mestiçagem. O Brasil é um país de mestiçagem, muitos brasileiros têm sangue europeu, além de sangue indígena e africano, então seria difícil saber quem é afro-descendente que poderia ser beneficiado pela cota. Esse argumento não resistiu. Por quê? Num país onde existe discriminação antinegro, a própria discriminação é a prova de que é possível identificar os negros. Senão não teria discriminação.
Em comparação com outros países do mundo, o Brasil é um país que tem um índice de mestiçamento muito mais alto. Mas isso não pode impedir uma política, porque basta a autodeclaração. Basta um candidato declarar sua afro-descendência. Se tiver alguma dúvida, tem que averiguar. Nos casos-limite, o indivíduo se autodeclara afrodescendente. Às vezes, tem erros humanos, como o que aconteceu na UnB, de dois jovens mestiços, de mesmos pais, um entrou pelas cotas porque acharam que era mestiço, e o outro foi barrado porque acharam que era branco. Isso são erros humanos. Se tivessem certeza absoluta que era afro-descendente, não seria assim. Mas houve um recurso e ele entrou. Esses casos-limite existem, mas não é isso que vai impedir uma política pública que possa beneficiar uma grande parte da população brasileira.
Além do mais, o critério de cota no Brasil é diferente dos EUA. Nos EUA, começaram com um critério fixo e nato. Basta você nascer negro. No Brasil não. Se a gente analisar a história, com exceção da UnB, que tem suas razões, em todas as universidades brasileiras que entraram pelo critério das cotas, usaram o critério étnico-racial combinado com o critério econômico. O ponto de partida é a escola pública. Nos EUA não foi isso. Só que a imprensa não quer enxergar, todo mundo quer dizer que cota é simplesmente racial. Não é. Isso é mentira, tem que ver como funciona em todas as universidades. É necessário fazer um certo controle, senão não adianta aplicar as cotas. No entanto, se mantém a ideia de que, pelas pesquisas quantitativas, do IBGE, do Ipea, dos índices do Pnud, mostram que o abismo em matéria de educação entre negros e brancos é muito grande. Se a gente considerar isso então tem que ter uma política de mudança. É nesse sentido que se defende uma política de cotas.
O racismo é cotidiano na sociedade brasileira. As pessoas que estão contra cotas pensam como se o racismo não tivesse existido na sociedade, não estivesse criando vítimas. Se alguém comprovar que não tem mais racismo no Brasil, não devemos mais falar em cotas para negros. Deveríamos falar só de classes sociais. Mas como o racismo ainda existe, então não há como você tratar igualmente as pessoas que são vítimas de racismo e da questão econômica em relação àquelas que não sofrem esse tipo de preconceito. A própria pesquisa do IPEA mostra que se não mudar esse quadro, os negros vão levar muitos e muitos anos para chegar aonde estão os brancos em matéria de educação. Os que são contra cotas ainda dão o argumento de que qualquer política de diferença por parte do governo no Brasil seria uma política de reconhecimento das raças e isso seria um retrocesso, que teríamos conflitos, como os que aconteciam nos EUA.
Fórum - Que é o argumento do Demétrio Magnoli.
Kabengele - Isso é muito falso, porque já temos a experiência, alguns falam de mais de 70 universidades públicas, outros falam em 80. Já ouviu falar de conflitos raciais em algum lugar, linchamentos raciais? Não existe. É claro que houve manifestações numa universidade ou outra, umas pichações, "negro, volta pra senzala". Mas isso não se caracteriza como conflito racial. Isso é uma maneira de horrorizar a população, projetar conflitos que na realidade não vão existir.
Fórum - Agora o DEM entrou com uma ação no STF pedindo anulação das cotas. O que motiva um partido como o DEM, qual a conexão entre a ideologia de um partido ou um intelectual como o Magnoli e essa oposição ao sistema de cotas? Qual é a raiz dessa resistência?
Kabengele – Tenho a impressão que as posições ideológicas não são explícitas, são implícitas. A questão das cotas é uma questão política. Tem pessoas no Brasil que ainda acreditam que não há racismo no país. E o argumento desse deputado do DEM é esse, de que não há racismo no Brasil, que a questão é simplesmente socioeconômica. É um ponto de vista refutável, porque nós temos provas de que há racismo no Brasil no cotidiano. O que essas pessoas querem? Status quo. A ideia de que o Brasil vive muito bem, não há problema com ele, que o problema é só com os pobres, que não podemos introduzir as cotas porque seria introduzir uma discriminação contra os brancos e pobres. Mas eles ignoram que os brancos e pobres também são beneficiados pelas cotas, e eles negam esse argumento automaticamente, deixam isso de lado.
Fórum – Mas isso não é um cinismo de parte desses atores políticos, já que eles são contra o sistema de cotas, mas também são contra o Bolsa-Família ou qualquer tipo de política compensatória no campo socioeconômico?
Kabengele - É interessante, porque um país que tem problemas sociais do tamanho do Brasil deveria buscar caminhos de mudança, de transformação da sociedade. Cada vez que se toca nas políticas concretas de mudança, vem um discurso. Mas você não resolve os problemas sociais somente com a retórica. Quanto tempo se fala da qualidade da escola pública? Estou aqui no Brasil há 34 anos. Desde que cheguei aqui, a escola pública mudou em algum lugar? Não, mas o discurso continua. "Ah, é só mudar a escola pública." Os mesmos que dizem isso colocam os seus filhos na escola particular e sabem que a escola pública é ruim. Poderiam eles, como autoridades, dar melhor exemplo e colocar os filhos deles em escola pública e lutar pelas leis, bom salário para os educadores, laboratórios, segurança. Mas a coisa só fica no nível da retórica.
E tem esse argumento legalista, "porque a cota é uma inconstitucionalidade, porque não há racismo no Brasil". Há juristas que dizem que a igualdade da qual fala a Constituição é uma igualdade formal, mas tem a igualdade material. É essa igualdade material que é visada pelas políticas de ação afirmativa. Não basta dizer que somos todos iguais. Isso é importante, mas você tem que dar os meios e isso se faz com as políticas públicas. Muitos disseram que as cotas nas universidades iriam atingir a excelência universitária. Está comprovado que os alunos cotistas tiveram um rendimento igual ou superior aos outros. Então a excelência não foi prejudicada. Aliás, é curioso falar de mérito como se nosso vestibular fosse exemplo de democracia e de mérito. Mérito significa simplesmente que você coloca como ponto de partida as pessoas no mesmo nível.
Quando as pessoas não são iguais, não se pode colocar no ponto de partida para concorrer igualmente. É como você pegar uma pessoa com um fusquinha e outro com um Mercedes, colocar na mesma linha de partida e ver qual o carro mais veloz. O aluno que vem da escola pública, da periferia, de péssima qualidade, e o aluno que vem de escola particular de boa qualidade, partindo do mesmo ponto, é claro que os que vêm de uma boa escola vão ter uma nota superior. Se um aluno que vem de um Pueri Domus, Liceu Pasteur, tira nota 8, esse que vem da periferia e tirou nota 5 teve uma caminhada muito longa. Essa nota 5 pode ser mais significativa do que a nota 7 ou 8. Dando oportunidade ao aluno, ele não vai decepcionar.
Foi isso que aconteceu, deram oportunidade. As cotas são aplicadas desde 2003. Nestes sete anos, quantos jovens beneficiados pelas cotas terminaram o curso universitário e quantos anos o Brasil levaria para formar o tanto de negros sem cotas? Talvez 20 ou mais. Isso são coisas concretas para as quais as pessoas fecham os olhos. No artigo do professor Demétrio Magnoli, ele me critica, mas não leu nada. Nem uma linha de meus livros. Simplesmente pegou o livro da Eneida de Almeida dos Santos, Mulato, negro não-negro e branco não-branco que pediu para eu fazer uma introdução, e desta introdução de três páginas ele tirou algumas frases e, a partir dessas frases, me acusa de ser um charlatão acadêmico, de professar o racismo científico abandonado há mais de um século e fazer parte de um projeto de racialização oficial do Brasil. Nunca leu nada do que eu escrevi.
A autora do livro é mestiça, psiquiatra e estuda a dificuldade que os mestiços entre branco e negro têm pra construir a sua identidade. Fiz a introdução mostrando que eles têm essa dificuldade justamente por causa de serem negros não-negros e brancos não-brancos. Isso prejudica o processo, mas no plano político, jurídico, eles não podem ficar ambivalentes. Eles têm que optar por uma identidade, têm que aceitar sua negritude, e não rejeitá-la. Com isso ele acha que eu estou professando a supressão dos mestiços no Brasil e que isso faz parte do projeto de racialização do brasileiro. Não tinha nada para me acusar, soube que estou defendendo as cotas, tirou três frases e fez a acusação dele no jornal.
Fórum - O senhor toca na questão do imaginário da democracia racial, mas as pessoas são formadas para aceitarem esse mito...
Kabengele - O racismo é uma ideologia. A ideologia só pode ser reproduzida se as próprias vítimas aceitam, a introjetam, naturalizam essa ideologia. Além das próprias vítimas, outros cidadãos também, que discriminam e acham que são superiores aos outros, que têm direito de ocupar os melhores lugares na sociedade. Se não reunir essas duas condições, o racismo não pode ser reproduzido como ideologia, mas toda educação que nós recebemos é para poder reproduzi-la.
Há negros que introduziram isso, que alienaram sua humanidade, que acham que são mesmo inferiores e o branco tem todo o direito de ocupar os postos de comando. Como também tem os brancos que introjetaram isso e acham mesmo que são superiores por natureza. Mas para você lutar contra essa ideia não bastam as leis, que são repressivas, só vão punir. Tem que educar também. A educação é um instrumento muito importante de mudança de mentalidade e o brasileiro foi educado para não assumir seus preconceitos. O Florestan Fernandes dizia que um dos problemas dos brasileiros é o “preconceito de ter preconceito de ter preconceito”. O brasileiro nunca vai aceitar que é preconceituoso. Foi educado para não aceitar isso. Como se diz, na casa de enforcado não se fala de corda.
Quando você está diante do negro, dizem que tem que dizer que é moreno, porque se disser que é negro, ele vai se sentir ofendido. O que não quer dizer que ele não deve ser chamado de negro. Ele tem nome, tem identidade, mas quando se fala dele, pode dizer que é negro, não precisa branqueá-lo, torná-lo moreno. O brasileiro foi educado para se comportar assim, para não falar de corda na casa de enforcado. Quando você pega um brasileiro em flagrante de prática racista, ele não aceita, porque não foi educado para isso. Se fosse um americano, ele vai dizer: "Não vou alugar minha casa para um negro". No Brasil, vai dizer: "Olha, amigo, você chegou tarde, acabei de alugar". Porque a educação que o americano recebeu é pra assumir suas práticas racistas, pra ser uma coisa explícita.
Quando a Folha de S. Paulo fez aquela pesquisa de opinião em 1995, perguntaram para muitos brasileiros se existe racismo no Brasil. Mais de 80% disseram que sim. Perguntaram para as mesmas pessoas: "você já discriminou alguém?". A maioria disse que não. Significa que há racismo, mas sem racistas. Ele está no ar... Como você vai combater isso? Muitas vezes o brasileiro chega a dizer ao negro que reage: "você que é complexado, o problema está na sua cabeça". Ele rejeita a culpa e coloca na própria vítima. Já ouviu falar de crime perfeito? Nosso racismo é um crime perfeito, porque a própria vítima é que é responsável pelo seu racismo, quem comentou não tem nenhum problema.
Revista Fórum - O humorista Danilo Gentilli escreveu no Twitter uma piada a respeito do King Kong, comparando com um jogador de futebol que saía com loiras. Houve uma reação grande e a continuação dos argumentos dele para se justificar vai ao encontro disso que o senhor está falando. Ele dizia que racista era quem acusava ele, e citava a questão do orgulho negro como algo de quem é racista.
Kabengele - Faz parte desse imaginário. O que está por trás dessa ilustração de King Kong, que ele compara a um jogador de futebol que vai casar com uma loira, é a ideia de alguém que ascende na vida e vai procurar sua loira. Mas qual é o problema desse jogador de futebol? São pessoas vítimas do racismo que acham que agora ascenderam na vida e, para mostrar isso, têm que ter uma loira que era proibida quando eram pobres? Pode até ser uma explicação. Mas essa loira não é uma pessoa humana que pode dizer não ou sim e foi obrigada a ir com o King Kong por causa de dinheiro? Pode ser, quantos casamentos não são por dinheiro na nossa sociedade? A velha burguesia só se casa dentro da velha burguesia. Mas sempre tem pessoas que desobedecem as normas da sociedade.
Essas jovens brancas, loiras, também pulam a cerca de suas identidades pra casar com um negro jogador. Por que a corda só arrebenta do lado do jogador de futebol? No fundo, essas pessoas não querem que os negros casem com suas filhas. É uma forma de racismo. Estão praticando um preconceito que não respeita a vontade dessas mulheres nem essas pessoas que ascenderam na vida, numa sociedade onde o amor é algo sem fronteiras, e não teria tantos mestiços nessa sociedade. Com tudo o que aconteceu no campo de futebol com aquele jogador da Argentina que chamou o Grafite de macaco, com tudo o que acontece na Europa, esse humorista faz uma ilustração disso, ou é uma provocação ou quer reafirmar os preconceitos na nossa sociedade.
Fórum - É que no caso, o Danilo Gentili ainda justificou sua piada com um argumento muito simplório: "por que eu posso chamar um gordo de baleia e um negro de macaco", como se fosse a mesma coisa.
Kabengele - É interessante isso, porque tenho a impressão de que é um cara que não conhece a história e o orgulho negro tem uma história. São seres humanos que, pelo próprio processo de colonização, de escravidão, a essas pessoas foi negada sua humanidade. Para poder se recuperar, ele tem que assumir seu corpo como negro. Se olhar no espelho e se achar bonito ou se achar feio. É isso o orgulho negro. E faz parte do processo de se assumir como negro, assumir seu corpo que foi recusado. Se o humorista conhecesse isso, entenderia a história do orgulho negro. O branco não tem motivo para ter orgulho branco porque ele é vitorioso, está lá em cima. O outro que está lá em baixo que deve ter orgulho, que deve construir esse orgulho para poder se reerguer.
Fórum - O senhor tocou no caso do Grafite com o Desábato, e recentemente tivemos, no jogo da Libertadores entre Cruzeiro e Grêmio, o caso de um jogador que teria sido chamado de macaco por outro atleta. Em geral, as pessoas – jornalistas que comentaram, a diretoria gremista – argumentavam que no campo de futebol você pode falar qualquer coisa, e que se as pessoas fossem se importar com isso, não teria como ter jogo de futebol. Como você vê esse tipo de situação?
Kabengele - Isso é uma prova daquilo que falei, os brasileiros são educados para não assumir seus hábitos, seu racismo. Em outros países, não teria essa conversa de que no campo de futebol vale. O pessoal pune mesmo. Mas aqui, quando se trata do negro... Já ouviu caso contrário, de negro que chama branco de macaco? Quando aquele delegado prendeu o jogador argentino no caso do Grafite, todo mundo caiu em cima. Os técnicos, jornalistas, esportistas, todo mundo dizendo que é assim no futebol. Então a gente não pode educar o jogador de futebol, tudo é permitido? Quando há violência física, eles são punidos, mas isso aqui é uma violência também, uma violência simbólica. Por que a violência simbólica é aceita a violência física é punida?
Fórum - Como o senhor vê hoje a aplicação da lei que determina a obrigatoriedade do ensino de cultura africana nas escolas? Os professores, de um modo geral, estão preparados para lidar com a questão racial?
Kabengele - Essa lei já foi objeto de crítica das pessoas que acham que isso também seria uma racialização do Brasil. Pessoas que acham que, sendo a população brasileira uma população mestiça, não é preciso ensinar a cultura do negro, ensinar a história do negro ou da África. Temos uma única história, uma única cultura, que é uma cultura mestiça. Tem pessoas que vão nessa direção, pensam que isso é uma racialização da educação no Brasil.
Mas essa questão do ensino da diversidade na escola não é propriedade do Brasil. Todos os países do mundo lidam com a questão da diversidade, do ensino da diversidade na escola, até os que não foram colonizadores, os nórdicos, com a vinda dos imigrantes, estão tratando da questão da diversidade na escola.
O Brasil deveria tratar dessa questão com mais força, porque é um país que nasceu do encontro das culturas, das civilizações. Os europeus chegaram, a população indígena – dona da terra – os africanos, depois a última onda imigratória é dos asiáticos. Então tudo isso faz parte das raízes formadoras do Brasil que devem fazer parte da formação do cidadão. Ora, se a gente olhar nosso sistema educativo, percebemos que a história do negro, da África, das populações indígenas não fazia parte da educação do brasileiro.
Nosso modelo de educação é eurocêntrico. Do ponto de vista da historiografia oficial, os portugueses chegaram na África, encontraram os africanos vendendo seus filhos, compraram e levaram para o Brasil. Não foi isso que aconteceu. A história da escravidão é uma história da violência. Quando se fala de contribuições, nunca se fala da África. Se se introduzir a história do outro de uma maneira positiva, isso ajuda.
É por isso que a educação, a introdução da história dele no Brasil, faz parte desse processo de construção do orgulho negro. Ele tem que saber que foi trazido e aqui contribuiu com o seu trabalho, trabalho escravizado, para construir as bases da economia colonial brasileira. Além do mais, houve a resistência, o negro não era um João-Bobo que simplesmente aceitou, senão a gente não teria rebeliões das senzalas, o Quilombo dos Palmares, que durou quase um século. São provas de resistência e de defesa da dignidade humana. São essas coisas que devem ser ensinadas. Isso faz parte do patrimônio histórico de todos os brasileiros. O branco e o negro têm que conhecer essa história porque é aí que vão poder respeitar os outros.
Voltando a sua pergunta, as dificuldades são de duas ordens. Em primeiro lugar, os educadores não têm formação para ensinar a diversidade. Estudaram em escolas de educação eurocêntrica, onde não se ensinava a história do negro, não estudaram história da África, como vão passar isso aos alunos? Além do mais, a África é um continente, com centenas de culturas e civilizações. São 54 países oficialmente. A primeira coisa é formar os educadores, orientar por onde começou a cultura negra no Brasil, por onde começa essa história. Depois dessa formação, com certo conteúdo, material didático de boa qualidade, que nada tem a ver com a historiografia oficial, o processo pode funcionar.
Fórum - Outra questão que se discute é sobre o negro nos espaços de poder. Não se veem negros como prefeitos, governadores. Como trabalhar contra isso?
Kabengele - O que é um país democrático? Um país democrático, no meu ponto de vista, é um país que reflete a sua diversidade na estrutura de poder. Nela, você vê mulheres ocupando cargos de responsabilidade, no Executivo, no Legislativo, no Judiciário, assim como no setor privado. E ainda os índios, que são os grandes discriminados pela sociedade. Isso seria um país democrático. O fato de você olhar a estrutura de poder e ver poucos negros ou quase não ver negros, não ver mulheres, não ver índios, isso significa que há alguma coisa que não foi feita nesse país. Como construção da democracia, a representatividade da diversidade não existe na estrutura de poder. Por quê?
Se você fizer um levantamento no campo jurídico, quantos desembargadores e juízes negros têm na sociedade brasileira? Se você for pras universidades públicas, quantos professores negros tem, começando por minha própria universidade? Esta universidade tem cerca de 5 mil professores. Quantos professores negros tem na USP? Nessa grande faculdade, que é a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), uma das maiores da USP junto com a Politécnica, tenho certeza de que na minha faculdade fui o primeiro negro a entrar como professor. Desde que entrei no Departamento de Antropologia, não entrou outro. Daqui três anos vou me aposentar. O professor Milton Santos, que era um grande professor, quase Nobel da Geografia, entrou no departamento, veio do exterior e eu já estava aqui. Em toda a USP, não sou capaz de passar de dez pessoas conhecidas. Pode ter mais, mas não chega a 50, exagerando. Se você for para as grandes universidades americanas, Harvard, Princeton, Standford, você vai encontrar mais negros professores do que no Brasil. Lá eles são mais racistas, ou eram mais racistas, mas como explicar tudo isso?
120 anos de abolição. Por que não houve uma certa mobilidade social para os negros chegarem lá? Há duas explicações: ou você diz que ele é geneticamente menos inteligente, o que seria uma explicação racista, ou encontra explicação na sociedade. Quer dizer que se bloqueou a sua mobilidade. E isso passa por questão de preconceito, de discriminação racial. Não há como explicar isso. Se você entender que os imigrantes japoneses chegaram, nós comemoramos 100 anos recentemente da sua vinda, eles tiveram uma certa mobilidade. Os coreanos também ocupam um lugar na sociedade. Mas os negros já estão a 120 anos da abolição. Então tem uma explicação. Daí a necessidade de se mudar o quadro. Ou nós mantemos o quadro, porque se não mudamos estamos racializando o Brasil, ou a gente mantém a situação para mostrar que não somos racistas. Porque a explicação é essa, se mexer, somos racistas e estamos racializando. Então vamos deixar as coisas do jeito que estão. Esse é o dilema da sociedade.
Revista Fórum – como o senhor vê o tratamento dado pela mídia à questão racial?
Kabengele - A imprensa faz parte da sociedade. Acho que esse discurso do mito da democracia racial é um discurso também que é absorvido por alguns membros da imprensa. Acho que há uma certa tendência na imprensa pelo fato de ser contra as políticas de ação afirmativa, sendo que também não são muito favoráveis a essa questão da obrigatoriedade do ensino da história do negro na escola.
Houve, no mês passado, a II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Silêncio completo da imprensa brasileira. Não houve matérias sobre isso. Os grandes jornais da imprensa escrita não pautaram isso. O silêncio faz parte do dispositivo do racismo brasileiro. Como disse Elie Wiesel, o carrasco mata sempre duas vezes. A segunda mata pelo silêncio. O silêncio é uma maneira de você matar a consciência de um povo. Porque se falar sobre isso abertamente, as pessoas vão buscar saber, se conscientizar, mas se ficar no silêncio a coisa morre por aí. Então acho que o silêncio da imprensa, no meu ponto de vista, passa por essa estratégia, é o não-dito.
Acabei de passar por uma experiência interessante. Saí da Conferência Nacional e fui para Barcelona, convidado por um grupo de brasileiros que pratica capoeira. Claro, receberam recursos do Ministério das Relações Exteriores, que pagou minha passagem e a estadia. Era uma reunião pequena de capoeiristas e fiz uma conferência sobre a cultura negra no Brasil. Saiu no El Pais, que é o jornal mais importante da Espanha, noticiou isso, uma coisa pequena. Uma conferência nacional deste tamanho aqui não se fala. É um contrassenso. O silêncio da imprensa não é um silêncio neutro, é um silêncio que indica uma certa orientação da questão racial. Tem que não dizer muita coisa e ficar calado. Amanhã não se fala mais, acabou.

Educação Brasileira 69 - Ensino Religioso / Planejamento Escolar

Educação Brasileira 66 - História da África / Cultura Afro-brasileira

A África, o Brasil, a geografia e a educação: Rafael Sanzio at TEDxUFF

Relações étnico-raciais e educação: Petronilha Silva at TEDxUFF

Curso 1 - Formação sobre o Capítulo 2 - Karla Leandro Rascke

Curso 1 - Formação sobre o Capítulo 1 - Jeruse Romão

Curso 1 - Oficina Contação de Histórias (Formação Griot) - Milena Rosa S...

Curso 1 - Oficina: Movimento Negro Willian Robson Soares Lucindo

[TV TRIBUNA] Câncer de mama também afeta homens

[TV TRIBUNA] Câncer de mama também afeta homens

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Projeto A Cor da Cultura

Educar versus doutrinar: Renato Noguera at TEDxUFF

Matriz africana educação e ética Valores afro brasileiros na educação

O meio ambiente e a criminalização das religiões de matrizes africanas

Ensino Religioso para as Crianças - Programa Mulheres

Educação Brasileira 69 - Ensino Religioso / Planejamento Escolar

Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva | Educação em Prosa | SESC São Carlos

Educação Brasileira 66 - História da África / Cultura Afro-brasileira

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Historico do Ilê Axé Oyá Gitalossi

Historico do Ilê Axé Oyá Gitalossi

Elaine Cristina Rodrigues Bar acho nascida em 24/09/1976 na cidade de Macaíba passou sua infância em Natal RN em sua adolescência aos 17 anos e iniciou no caminho do orixá no centro espírita de mãe LOURDE DE JAPIASU situado na rua Jean mesmos no baixo de bom pasto por motivos de doençascontinuou trabalhando com seus guias e protetores ate muda para o novo Amarantea onde conheceu Jose Maria um tatá do candomblé e segue sua hierarquia mãe. Elaine torna se filha da casa e Recebe seus Direitos tos de Mãe de santo tomando cargo de ya lórixa da casa por Babá Jose Maria da oya Egum na ROÇA JEJE AFUNGUILAXE no dia 04/05/2004 inicia sua trajetória como yalorixa no em 15/06/de2004 funda o ILÉ AXÉ OYÁ GITALOSSI sua casa de santo que fica situada na Trvevessa Sã Gbriel no 34 novo Amarante no município de são Gonçalo do Amarante/RN hoje a casa de oya tem os cultos religioso e fazemos ações sócias para toda comunidade e lugares.

No decore do tempo ya Elaine se conscientizar cada vez mais das necessidades da comunidade e coloca sua casa ao disposição da população tornado INSTITUTO CASA DE OYA ILE AXE OYA GITALOSSI que no anos de 2012 tem sua repercussão no municipio de São Gonçalo do Amarante onde tem inicio e procura as autoridades locais para a realização do 1º 20 de novembro, que onde teve como tema: “ TIRE SEU PRECONCEITO DO CAMINHO QUE EU QRO PASSAR COM MINHA COR” antes disso o instituto foi visitado por estudades de UERN - Universidade Estadual do RN e fizeram um estudo sobre a casa e seus cultos e seus costumes.
A casa de oya ainda tem trabalhos voluntarios, trabalha na prevenção das DSts/HIV/Aids, se faz presentes nos movimentos socias , no emfrentamento a intolerencia religiosa dentre outras.

OBI E SEUS MISTERIOS...

O Obi deve ser sacrificado com faca “Obé ou Agadá”, exceto para o Orixá Nanã. Orin “cântico”: (Obi dô, Obi dô Ireo! Pá agadá obi dô obi dô asé.)
O Povo do Santo com certeza já ouviu a expressão “eu comi do seu Obi”, em afirmação e confirmação de que esteve presente no ritual pelo qual a pessoa passou. O Obi é um fruto sagrado presente em 99,9 % dos rituais do Candomblé, por esta razão cercado de muito mistério, conceitos, mitos e tabus. Corre uma nota na internet que: “Obi não pode ser cortado com faca”, fato aceito e passado por muitos sacerdotes renomados de forma errônea. Quando o correto era dizer que: “antes do Obi responder alafia não poderia ser cortado” isso para qualquer tipo de Obi; de duas, três, quatro ou mais gomos, até porque o Obi para ser sacrificado ele tem que aceitar a sua condição de sacrifício, mas depois deve ser sacrificado sim e não de qualquer forma, deve ser sacrificado pelo local onde ele iria nascer, justamente no broto, lugar onde iria germinar e tornar-se uma árvore (O sacrifício é justamente este, impedir dele se tornar uma árvore em nome do ritual que está sendo feito). Todo Obi deve ser tratado com muito carinho e respeito, igual a um animal de duas ou quatro patas, deve estar limpo e sem nenhum ferimento e o seu sacrifício deve ser rápido e preciso no local já mencionado, caso contrário seria como sacrificar um animal pelos pés ou barriga ou caso contrário, deixando o animal ferido sem ter a ideia de quando iria morrer. Depois de sacrificado as farpas do seu futuro broto deve ser mastigado pelo sacerdote juntamente com o ataré (pimenta da costa) e proferido o Ofó de Obi para que seu sacrifício e objetivos sejam aceitos e torne-se realidade, servindo em seguida aos ancestrais, Ori e Ara do indivíduo e seu Orixá, o restante pode ser colocado no Igbá Orixá, partes dele ou total, quando oferecido partes dele o restante deve ser fatiado com faca e servido a todos os presentes, as vezes só com água, com mel ou melaço. O único Orixá que não permite o uso da faca no sacrifício do Obi é Nanã, neste caso pode ser tirado o seu broto com os dentes e evita-se a distribuição com os demais.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

MAIS UMA VITORIA A MUITOS ANOS NA LUTA E NA CONVIVENCIA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DST HEPAIDS E OUTRAS PATOLOGIAS MINISTERIO DA SAUDE PUBLICA ORGANIZAÇÕES DE SAUDE DE TODO O BRASIL E NOS REDE MANDACARU E MAIS UMA VEZ RECONHECIDO COMO SERVIÇO DE SAUDE REFERENCIA NACIONAL -ESTAMOS INCLUIDAS E INCLUIDOS MAIS UMA VEZ NO MINISTERIO DA SAUDE TRANSPARENCIA E MUITA LUTA.... NESTA ABCOS A TODOS E TODAS POR MAIS UMA VITORIA ESPERAMOS CONTINUAR SENDO CONDECORADOS E CREDENCIADOS PELO MINISTERIO DA SAUDE E PELO PROGRAMA ESTADUAL DST AIDS DO ESTADO DO RN.... E VARIAS COORDENAÇÕES MUNICIPAIS DAE E DAB .. PELAS NOSSAS INICIATIVAS.... Serviços de Saúde: REDE MANDACARU RN - RECOSOL-RM/RN http://mandacarurn.blogspot.com.br/2013/05/mais-uma-vitoria-muitos-anos-na-luta-e.html

MAIS UMA VITORIA A MUITOS ANOS NA LUTA E NA CONVIVENCIA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DST HEPAIDS E OUTRAS PATOLOGIAS MINISTERIO DA SAUDE PUBLICA ORGANIZAÇÕES DE SAUDE DE TODO O BRASIL E NOS REDE MANDACARU E MAIS UMA VEZ RECONHECIDO COMO SERVIÇO DE SAUDE REFERENCIA NACIONAL -ESTAMOS INCLUIDAS E INCLUIDOS MAIS UMA VEZ NO MINISTERIO DA SAUDE TRANSPARENCIA E MUITA LUTA.... NESTA ABCOS A TODOS E TODAS POR MAIS UMA VITORIA ESPERAMOS CONTINUAR SENDO CONDECORADOS E CREDENCIADOS PELO MINISTERIO DA SAUDE E PELO PROGRAMA ESTADUAL DST AIDS DO ESTADO DO RN.... E VARIAS COORDENAÇÕES MUNICIPAIS DAE E DAB .. PELAS NOSSAS INICIATIVAS....  Serviços de Saúde:   REDE MANDACARU RN - RECOSOL-RM/RN
http://mandacarurn.blogspot.com.br/2013/05/mais-uma-vitoria-muitos-anos-na-luta-e.html

sexta-feira, 24 de maio de 2013

domingo, 7 de abril de 2013

quinta-feira, 4 de abril de 2013

leis natal e Rio Grande do Norte Poluição Sonora - ATENÇÃO COMUNIDADES TRADICIONAIS

Natal:
Lei nº 4.100/02 (Código do Meio Ambiente do Município do Natal)
Art. 84 – Fica proibida a emissão de ruídos e vibrações em zonas predominante ou exclusivamente residenciais após as vinte e duas horas até seis horas do dia seguinte.
Parágrafo único – Ficam ressalvadas dessa restrição as emissões sonoras produzidas em obras públicas necessárias para a continuidade de serviços de interesse geral e aquelas produzidas por manifestações tradicionais e populares, desde que devidamente autorizadas pela autoridade competente.
Rio Grande do Norte:
Lei nº 8.052/02 (Altera a Lei nº 6.621, de 12 de julho de 1994).
Art. 4º: São permitidos os ruídos que provenham:
I – de sinos de igrejas ou templos e, bem assim, de instrumentos litúrgicos utilizados no exercício de culto ou cerimônia religiosa, celebrados no recinto dos respectivos templos das associações religiosas, no período das 7 às 22 horas, exceto nos sábados e na véspera dos feriados e de datas religiosas de expressão popular, quando então será livre o horário;
Art. 5º: Às festas tradicionais, folclóricas e populares, bem como as manifestações culturais religiosas, não será aplicado o limite do art. 6º desta Lei, assegurando-se a sua realização, mediante prévio comunicado a autoridade competente.
Art. 6º: Para os efeitos desta Lei, consideram-se prejudiciais à saúde, à segurança ou ao sossego públicos quaisquer ruídos que atinjam, no exterior ao recinto em que tem origem, nível sonoro superior a 85 (oitenta e cinco) decibéis.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Xirê Todos os Orixás de Exú a Oxalá 2

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Xirê Todos os Orixas ( De Exu a Oxalá )

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sexta-feira, 29 de março de 2013

O SINCRETISMO NO RITUAL DA CURA NO CANDOMBLÉ

O SINCRETISMO NO RITUAL DA CURA NO CANDOMBLÉ

O Ritual da Cura ou Fechamento de Corpo praticado em muitos candomblés na Sexta Feira da Paixão, que é uma data que os católicos dedicam à memória da crucificação de Jesus Cristo, tem origem nas mais antigas práticas bantos de calundus (formações religiosas anteriores à formação do candomblé modelado pelo Ketu na Bahia).
Algumas tradições Jeje Mahi, formações de candomblés Nagô Vodum, e Jeje Nagô principalmente, absorveram, em sua formação, do elemento banto presente no Recôncavo Baiano, tal tradição, umas casas como as de Candomblé de Angola realizam na Sexta Feira da Paixão e outras tradições segmentadas e formações não propriamente no dia santificado dos católicos, mas em etapa anterior ao sacrifício do bicho de 4 patas do rito de iniciação.

A “cura” é uma denominação para a “cruza ou cruz”, sinal recebido dos mercadores e traficantes de escravos para marcá-lo e distinguí-lo dentro de um grande número de indivíduos, principalmente assim agiam os mercadores e traficantes espanhóis, portugueses e brasileiros (muitos referidos ao longo da História como sendo portugueses). Tal símbolo era marcado nos braços, peito, costas dos escravos de forma a marcá-lo com sendo já batizados e portanto que já haviam recebido o nome pelo qual deviam ser conhecidos doravante, só então depois eram conduzidos ao Brasil em navios negreiros. Tal flagelo atendia a grandes encomendas de escravos principalmente para o árduo trabalho da lavoura no Ciclo da Cana de Açúcar.

Em fongbè (Língua Fon) a cruz é denominada kluzú (pronunciando-se curuzú, que dá nome a uma localidade em Salvador, Bahia). Para o indivíduo banto de forma geral e principalmente no Brasil ficou entendida como “cura”. Também no Brasil muitos índios entenderam o símbolo da cruz como curuçá ou cruçá a partir dos Jesuítas, passando assim a denominá-la.

O segredo do Fechamento de Corpo no Ritual da Cura está no que lhe é passado depois da marcação do sinal e o que é rezado naquele momento, diferindo os ingredientes passados e ingeridos e as rezas de acordo com o candomblé.

Durante o primeiro processo de iniciação, que normalmente tem a duração de 21 dias, são diversos os rituais que têm lugar, e pelos quais os Yaôs têm que passar para poderem receber o seu Orixá de forma íntegra.


São tomados diversos cuidados para que o iniciado possa de facto, dali para a frente estar munido do conhecimento necessário, mas também de defesas necessárias, uma vez que vai nascer para a sua “nova vida”.

Não se trata só de munir e proteger o espírito das defesas necessárias, mas também o seu corpo físico, e nesse âmbito, são feitas as chamadas Kuras.

As Curas são incisões feitas no corpo do Yaô, que por um lado representam o símbolo de cada tribo, como o símbolo de cada Ilê (casa ou terreiro), mas têm o objectivo de fechar o corpo do Yaô, protegendo-o de todo o tipo de influência negativas.

Para isso são feitas as incisões (o que chamamos de abrir) e nessas incisões é colocado o Atim (pó) de defesa para aquele Yaô (iniciado). O Atim tem uma composição base de diversas plantas e substâncias, mas o Atim utilizado para as Kuras, contêm também as ervas do Orixá daquele Yaô em quem ele vai ser aplicado.

Sabemos que em algumas casas a Kura pode também ser tomada como infusão de ervas, porém na maioria das Casas de Candomblé, as Kuras, que são de origem Africana, são feitas como incisões ou cortes, e nesse cortes são colocados pequenos punhados de Atim, para que esse Atim penetre no corpo e o proteja de males exteriores enviados contra a pessoa.

Normalmente, as Kuras são feitas no peito, dos dois lados, nas costas, também dos dois lados e nos braços; evitando assim que de frente, de costas ou no manuseio de qualquer coisa algo negativo possa entrar no corpo do Yaô.

Além dessas, na feitura do Santo, abre-se também o Farim, que é uma Kura no centro do Orí, do Yaô, que por um lado impede também que algo de mal possa entrar na cabeça do Yaô, mas que facilita também a ligação com o seu Orixá. É comum também fazer-se na sola dos pés para evitar que o pisar de algo negativo possa interferir com o Yaô, havendo ainda, alguns zeladores que fazem uma Kura na língua dos seus Yaôs, para que os mesmos não comam comidas “trabalhadas”, e caso as comam, para que essas comidas não lhe façam mal.

quinta-feira, 28 de março de 2013

NÃO PODEMOS DEIXAR QUE OS ÍNDIOS DE BAÍA FORMOSA (LITORAL SUL DO RIO GRANDE DO NORTE) PERCAM SUAS TERRAS TRADICIONAIS!

NÃO PODEMOS DEIXAR QUE OS ÍNDIOS DE BAÍA FORMOSA (LITORAL SUL DO RIO GRANDE DO NORTE) PERCAM SUAS TERRAS TRADICIONAIS!

Pessoal, esta é uma mensagem urgente! O Brasil parece estar, definitivamente, interessado em extinguir os poucos índios que ainda existem e resistem à opressão que há mas de 500 anos os escraviza, divide e extermina.
O governo Dilma faz vista grossa a todo o sangue derramado, entretanto, não acho que seria diferente se ao invés de Dilma fosse outra pessoa, outro partido, dominando o Brasil. Quem governa o país, em realidade, são os interesses empresariais de uma minoria.
Cito, de memória, alguns casos recentes e terríveis nos quais nossos índios estão levando a pior: Belo Monte, que já arrasa a vida de índios e caboclos xinguanos, além de destruir o habitat de dezenas de espécimes animais e vegetais; o Santuário dos Pajés, no Distrito Federal - lugar sagrado que vem sendo cobiçado por empresários; os índios Guarany e Kaiowá, vítimas de latifundiários assassinos e missionários protestantes fanáticos; os índios da Aldeia Maracanã - antigo Museu do Índio projetado por Darcy Ribeiro - recentemente foram violentamente desalojados pela polícia, que usou até arma sônica durante a repressão...
O governo brasileiro faz vista grossa; os missionários evangélicos que dizem querer "salvar" os índios, fazem vista grossa; a FUNAI enrola e não se mexe... A JUSTIÇA, que não é totalmente cega, mas é caolha, não se move para defender os nativos oprimidos, embora esteja quase sempre na defesa e dando apoio aos opressores.
A repressão se arma para proteger os interesses empresariais e governamentais; enquanto a sociedade civil, quando se mobiliza para defender nossos índios, é violentamente reprimida, perseguida, processada. E assim caminha o Brasil - eis nossa Ordem e Progresso, o lema de nossa bandeira, transformado em falta de respeito, desordem e destruição.
Aqui no Rio Grande do Norte, um caso semelhante está acontecendo: uma de nossas mas antigas comunidades indígenas - A ALDEIA TRABANDA - localizada na Praia do Sagi, em Baía Formosa, parece estar com os dias contados. Índios e caboclos da etnia Potiguara habitam a região há mais de cem anos, formando atualmente cerca de 50 famílias que sobrevivem majoritariamente da pesca e da agricultura. Seus ancestrais estão enterrados na própria comunidade, em um cemitério que existe lá há décadas.
Incrivelmente, no dia 19 de março deste ano, esses Potiguara que há mais de cem anos vivem no Sagi perderam suas terras para o empresário Waldemir Bezerra de Figueiredo - que pretende construir sobre a aldeia um resort para a Copa 2014, arrasando os índios e sua cultura. A juíza Daniela do Nascimento Cosmo, deu ganho de causa ao especular imobiliário. A FUNAI (que em outra ocasião os convidou para encontros indígenas) sequer os reconheceu como índios - o que facilitou a vitória de Waldemir Bezerra.



Sociedade brasileira, sociedade internacional: um fato como esses não somente é de cortar o coração, mas enche nossos corações de digna revolta! Esses índios não podem perder as terras em que vivem. Suas casas não podem ser destruídas. Seus rios e plantações não devem ser tocados por empresas que pouco se importam com preservar a Natureza ou com a vida de tantas crianças, de tantos idosos, de tantos guerreiros e guerreiras que sofrem o peso avassalador da civilização e do falso progresso. Sobre seus ancestrais não deve ser construído nenhum hotel, muito menos um resort.
Os índios e caboclos do Sagi são os guardiões da praia, do rio e da floresta local. A prefeitura de Baía Formosa, anos atrás, passou a despejar o lixo da zona urbana da cidade na mata nativa que envolve a comunidade - os índios foram à luta e conseguiram evitar que a imundície substituísse a Natureza.
Precisamos nos mobilizar e sermos solidários ao povo do Sagi, antes que seja tarde demais. Façamos uma campanha mundial em defesa dos índios e caboclos do Sagi! Você que está lendo este texto, pode começar assinando a petição do Avaaz, que será entregue à prefeitura municipal de Baía Formosa, a FUNAI e a juíza Daniela do Nascimento Cosmo.
http://www.avaaz.org/po/petition/Os_indios_e_caboclos_Potiguara_de_Baia_Formosa_litoral_sul_do_RN_devem_permanecer_em_suas_terras_tradicionais/?tTOMpdb
Assine e divulgue! Salvemos os índios do Sagi e suas terras tradicionais!!!

2012 | A cor dos homicídios no Brasil


2012 | A cor dos homicídios no Brasil

2012 | Crianças e Adolescentes
O estudo focaliza a incidência da questão racial na violência letal do Brasil, tomando como base os registros de mortalidade do Ministério da Saúde entre os anos 2002 e 2010.
O trabalho verifica a incidência da vitimização negra nas Unidades da Federação, nas Capitais e nos Municípios brasileiros, tentando identificar os focos e os determinantes dessa violência.



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Tabelas com a totalidade dos municípios

Nas planilhas abaixo, são apresentados dados correspondentes aos 5.565 municípios reconhecidos pelo IBGE.
População Jovem excel
População Total excel

Veja Também - Mapa da Violência 2012

Atualização: Homicídio de Mulheres no Brasil
Crianças e Adolescentes
Os Novos Padrões da Violência homicida no Brasil
Caderno Complentar 1 - Homícidio de Mulheres
Caderno Complentar 2 - Acidentes de trânsito

Só 14% da verba para ações quilombolas foi usada em 2012

Posted: 27 Mar 2013 06:16 AM PDT

Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) pediu à Comissão de Direitos Humanos que solicite auditoria do Tribunal de Contas da União no Programa Brasil Quilombola

Priscilla Borges - iG Brasília | 26/03/2013 07:00:00

A maior parte da verba destinada ao financiamento de ações para a comunidade quilombola em 2012 continua dentro dos cofres do governo federal. Segundo levantamento realizado pelo Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) no Siga Brasil, sistema de informações sobre orçamento público, somente 14% dos recursos para a área foram usados no ano passado.
Os dados mostram que, do montante autorizado para custear ações nas áreas de educação, saúde, agricultura, cultura, enfrentamento ao racismo e saneamento básico para essas comunidades – R$ 407 milhões – foram pagos até 31 de dezembro R$ 56,9 milhões. Outros R$ 310 milhões foram empenhados para financiar serviços, mas não é possível afirmar que eles se efetivaram. O restante, R$ 41 milhões, não chegou a ser previsto para utilização.
Leia mais:
Ministra diz que desigualdade racial permanece no Brasil e teme retrocessos
Só 11% da verba de projetos educacionais para igualdade racial foi usada
Wilson Dias/ABr
Uma das dificuldades dos quilombolas para receber recursos é certificar as comunidades remanescentes
O maior volume de recursos efetivamente executado foi destinado às ações para a promoção de intercâmbios culturais afro-brasileiros. Dos R$ 415 mil destinados aos projetos com essa finalidade, 68,29% foram gastos. Os projetos de desenvolvimento sustentável de povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares utilizaram R$ 385 mil, 44% da verba autorizada para isso.
Alguns programas não executaram nenhum real do recurso liberado. É o caso dos R$ 4,2 milhões reservados para a “assistência técnica e extensão rural para comunidades quilombolas”. Nada foi gasto também com o fortalecimento das organizações representativas dessas comunidades, para o qual se previa gastar R$ 450 mil.
O instituto responsável pela análise dos dados do Siga Brasil apresentou um relatório sobre o tema à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. No documento, os representantes do instituto pedem que os deputados da comissão solicitem ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma auditoria no Programa Brasil Quilombola.
Fiscalização da eficácia
“Estamos pedindo para a comissão avaliar se houve efetividade na execução do programa. A utilização dos recursos foi muito baixa e as ações são importantes para combater o racismo e a discriminação”, afirma Antonio da Costa Neto, educador e gestor educacional do Distrito Federal, autor do pedido junto com o Iara.
Costa Neto enumera outras áreas em que os recursos deixaram de ser empregados. No início do ano, R$ 1,2 milhão estava garantido para financiar projetos de atenção à saúde nessas comunidades. Apenas R$ 179 mil foram empenhados, mas não saíram do papel. A garantia de equipamentos culturais também ficou no papel: teve 1,78% da verba aplicada.
O Programa Brasil Quilombola, que está sob a responsabilidade da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), reúne um conjunto de ações governamentais, de diferentes órgãos e ministérios, para essas comunidades. Uma das dificuldades, segundo aponta Neto, é certificar as comunidades remanescentes de quilombos.
“Somente as áreas certificadas recebem os recursos e os programas federais”, diz. Até julho de 2012, 1,9 mil comunidades foram reconhecidas oficialmente. Mas os dados apontam a existência de mais de 3 mil em todo o País.

Correios lançam selos contra a discriminação racial e defesa do meio ambiente Objetivo é promover a valorização da população negra e seu papel na história do Brasil

Correios lançam selos contra a discriminação racial e defesa do meio ambiente

Objetivo é promover a valorização da população negra e seu papel na história do Brasil



Os Correios lançam, nesta quinta-feira (21), um selo da série “América - Luta contra a Discriminação Racial” em comemoração ao Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. O lançamento também marca o aniversário de 10 anos da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir).

Nesta nova parceria entre os Correios e a Secretaria, o objetivo é promover a valorização da população negra e seu papel na história do Brasil.
Em 2011, a ECT aderiu à Campanha Igualdade Racial é Pra Valer, promovida pela Seppir. Entre as ações dessa parceria estão a realização do Fórum dos Direitos Humanos e da Diversidade dos Correios (que teve sua segunda edição em 2012) e a fixação, nas agências dos Correios, de cartazes da campanha de combate à discriminação racial, promovendo a cidadania por meio da difusão de práticas exemplares no ambiente de trabalho.

História
No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular.
No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

domingo, 24 de março de 2013

SEPPIR , MINC VÃO INAUGURAR O 1º TELECENTRO BR EM TERREIRO DO BRASIL


SEPPIR , MINC VÃO INAUGURAR O 1º TELECENTRO BR EM TERREIRO DO BRASIL

Convite telecentro

Associação Beneficente Cultural Africana  Templo  de  Yemanjá ASSOBECATY inaugura, na noite da próxima sexta-feira (15), na  sede do Ilê- Ong, localizado na cidade de Guaíba (RS) . A parceria do Ministério das Comunicações e Secretária Especial de Políticas de  Promoção a Igualdade  é  levar o programa de inclusão digital , para as comunidades tradicionais. Será  instalado pela 1ª vez  o TELECENTRO BR, numa casa de comunidade tradicional de terreiros, é um instrumento público que irá atender além da comunidade de axé, irá extender essa política  pública de ponta aos cidadões do entorno. 

sexta-feira, 22 de março de 2013

farmacia viva no SUS

Prezados(as) entusiastas e colaboradores(as) da FARMÁCIA VIVA,

No último dia 18 de março, foi aprovada na reunião da DICOL (Diretoria Colegiada) da ANVISA a RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) que dispõe sobre as Boas Práticas de Processamento e Manipulação de Plantas Medicinais e Fitoterápicos em FARMÁCIA VIVA. A consulta pública sobre esta Norma foi publicada pela ANVISA no D.O.U. em 12 de agosto de 2010. Ano em que o MS, por meio da Portaria Nº 886, de 20 de abril de 2010 instituiu a FARMÁCIA VIVA no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo informações, a publicação no D.O.U. está prevista para a próxima semana.Vamos acompanhar.


Abraços,


Nilton Netto

PORTARIA Nº 886, DE 20 DE ABRIL DE 2010
Institui a Farmácia Viva no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe confere o inciso I, parágrafo único, do art. 87, da Constituição, e
Considerando a Portaria nº 971/GM/MS, de 3 de maio de 2006, que aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS);
Considerando o Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006, que aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências;
Considerando a Portaria Interministerial nº 2.960, de 9 de dezembro de 2008, que a prova o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e cria o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos;
Considerando que compete à direção nacional do SUS identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde, conforme disposto no inciso XI do art. 16 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990;
Considerando a Resolução nº 338, do Conselho Nacional de Saúde, de 6 de maio de 2004, que aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica; e
Considerando a necessidade de ampliação da oferta de fitoterápicos e de plantas medicinais que atenda à demanda e às necessidades locais, respeitando a legislação pertinente às necessidades do SUS na área, resolve:
Art. 1º Fica instituída, no âmbito do Sistema Único de Saúde -SUS, sob gestão estadual, municipal ou do Distrito Federal, a Farmácia Viva.
§ 1º A Farmácia viva, no contexto da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, deverá realizar todas as etapas, desde o cultivo, a coleta, o processamento, o armazenamento de plantas medicinais, a manipulação e a dispensação de preparações magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos.
§ 2º Fica vedada a comercialização de plantas medicinais e fitoterápicos elaborados a partir das etapas mencionadas no parágrafo primeiro.
Art. 2º A Farmácia Viva fica sujeita ao disposto em regulamentação sanitária e ambiental específicas, a serem emanadas pelos órgãos regulamentadores afins.
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Farmácia Viva

A implantação de Projetos Farmácia Viva de visa realizar o atendimento da integrado da população em Fitoterapia, implementar uma horta de plantas medicinais, produzir medicamentos fitoterápicos e promover o resgate e a valorização a cultura popular no que se refere à utilização de plantas medicinais bem como a introdução de conhecimentos científicos, através de palestras educativas, informativos, cartilhas, visitas domiciliares.
 

ETAPAS


            1. Envolvimento da Comunidade
            2. Levantamento do uso popular de plantas medicinais
            3. Seleção de espécies medicinais a serem produzidas
            4. Implantação da Farmácia Viva
            5. Repasse do conhecimento popular

PRINCIPAIS PLANTAS MEDICINAIS
 
AÇAFROA - Curcuma longa L.
ALECRIM - Pimenta Lippia sidoides Cham.
ALECRIM - Rosmarinus officinalis
ALFAVACA-CRAVO - Ocimum gratissimum L.
ALHO  Allium sativum
Amburana cearenses (Fr. All.) C.Smith
ARNICA Arnica montana 
AROEIRA - Myracrodruon urundeuva Fr. All.
BABOSA - Aloe Vera (L.) Burm. F.
BARBATIMÃO Stryphnodendron barbatiman
BOLDO - Peumus boldus
CAJAZEIRA - Spondias mombin Jacq.
CALÊNDULA  officinalis
CAMOMILA Matricaria chamomilla
CAPIM LIMÃO Cymbopogon citratus
CAVALINHA Equisetum arvense
CHAMBÁ - Justicia pectoralis var. stenophylla Leon.
COLÔNIA - Alpinia speciosa Schum.
CONFREI - Symphytum officinale L.
ESPINHEIRA SANTA Maytenus ilicifolia
EUCALIPTO MEDICINAL - Eucalyptus tereticornis Smith
GOIABEIRA - Psidium guajava L.
GUACO - Mikania glomerata Spreng.
GUACO Mikania glomerata
HORTELÃ-JAPONESA - Mentha arvensis var. piperascens Holmes
HORTELÃ-RASTEIRA - Mentha x villosa Huds.
MALVARIÇO - Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng.
MALVA-SANTA - Plectranthus barbatus Andr.
MARACUJÁ - Passiflora edulis Sims.
MELISSA  Melissa officinalis
MENTRASTO - Agerantum conyzóides L.
QUEBRA-PEDRA - Phyllanthus amarus Schum. Et Thorn.
Romã - Punica granatum L.
ROMÃ - Punica granatum
TANCHAGEM - Plantago major  

Histórico

O uso de plantas medicinais provavelmente teve seu início na pré-história. Os homens primitivos, assim como os outros animais iniciaram as “práticas de saúde” pelo instinto de sobrevivência, testando e imitando uns aos outros. Comiam determinadas plantas e as selecionavam para sua alimentação ou as rejeitavam por serem tóxicas. Poderiam também ter observado determinados efeitos para minimizar suas enfermidades, com isso esse conhecimento empírico foi sendo acumulado e passado de geração para geração. Este instinto foi sendo perdido pelo homem moderno, porém, nos outros animais ainda podemos observar este fato - por exemplo, os animais silvestres ou mesmo os domésticos quando estão doentes, procuram dormir mais e ingerir plantas que possam remediar o seu estado.
 
 
n  O primeiro fóssil encontrado de um hominídeo bípede data de cerca de 4,4 milhões de anos atrás, este hominídeo caminhava pela Terra, foi batizado na atualidade com o nome Ardipithecus ramidus.
Juntos a fósseis do Homem de Nearderthal, que viveu possivelmente de 230.000 a 30.000 anos atrás, foram encontrados maços de plantas medicinais, provavelmente utilizado por ele.
 
 
 
    Em 25.000 a.C. homem já era semelhante ao atual.  Cultivo, domesticação de animais, instrumentos e armas
 
n  10.000 a.C. primeiras habitações - tendas.
n  Escultura mais antiga que representa uma figura humana 25.000 a.C.

Egito
n  No Egito 2.500 a.C. o aparato médico era: vasos, drogas e raízes secas.
n  Médicos possuíam grande prestígio.

Papiro de 1500 a.C.
n  Contendo 100 páginas e 2289 linhas
n  Descrições de filárias, tênias, lombrigas e outras parasitoses intestinais.
n  Prescrições para estas e outras enfermidades com pesos ou medidas.
n  Mais de 700 medicamentos a base de vegetais e minerais.

Na Índia, foram encontrados registros, no Ayuredã (ciência da vida), sobre a eficácia da utilização de plantas medicinais. No livro Charaká e Susriruta de 1000 a.C., existem informações sobre mais de 10000 plantas de uso medicinal.

    Os grandes médicos da Antigüidade, tais como Hipócrates, Avicena, Galeno, Paracelso, Hahnemann, dentre tantos outros, utilizavam principalmente as plantas medicinais como principal indicação em suas terapèuticas. Em relatos e documentos antigos, elas eram designadas como "dádivas dos criadores" e vistas com grande respeito e admiração por muitas épocas, inclusive na atualidade.
Hipócrates (460-370 a.C.)
n  (1) consolidação de um método de observação clínica, o qual ainda se encontra vivo na prática médica hodierna;
n  (2) elaboração de um corpo doutrinário capaz de fornecer explicações para os processos de adoecimento;
n  (3) teorização acerca dos tratamentos possíveis e organização do repertório terapêutico vigente, ainda que divergente em relação a outras escolas médicas suas contemporâneas, como Cnidos;
n  (4) estabelecimento de uma ética que permaneceu hegemônica até a metade do século passado
Princípios Hipocráticos
n  Natura Medicatrix – instituindo-se que esta é capaz de restabelecer a saúde do doente, cabendo ao médico imitá-la durante o tratamento, a fim de reconduzir o enfermo a um perfeito estado de equilíbrio.
n  Contraria Contrariis Curentur – a chamada lei dos contrários
n  Similia Similibus Curentur – a lei dos semelhantes
Galeno (200 – 131 a.C.)
n  Nasceu em Pérgamo - colónia romana
n  Médico de gladiadores.
n  Foi viver para Roma
n  Baseou-se na Medicina hipocrática
n  Transformou patologia humoral em teoria sistemática
n  Medicina greco-romana que passou para Ocidente cristão medieval na forma de galenismo
n  Dominante até ao S. XVII e mantendo ainda grande influência no s. XVIII
n   Combatia as doenças por meio de substâncias ou compostos que se opunham diretamente aos sinais e sintomas das enfermidades.
n  É precursor da alopatia.
n  Escreveu bastante sobre farmácia e medicamentos, e em suas obras se encontraram cerca de quatro centenas e meia de referências a fármacos.
n  Elaborou uma lista de remédios vegetais, conhecidos como "galênicos", a maioria dos quais era composta com vinho.
n  Observador e metódico, classificou e usou magistralmente as ervas. Fazia preparações denominadas "teriagas" feitas com vinho e ervas.
n  Farmácia medieval
n  Pormenor de uma página de um manuscrito hebreu do              Canon de Avicena (Século XI).
Paracelso (1493-1541)
n  Aureolus Phillippus Teophrastus Bombastus von Hohenheim (1493 – 1541), que por volta de 1529 adotou o nome de Paracelso.
n  É a figura mais controversa da história da farmácia e da medicina
n  Nasceu na Suíça
n  Confirmação dos resultados da terapêutica através da observação e da 'experimentação' em pessoas doentes
n  Ensinou medicina em Basileia onde travou polémicas com vários médicos e cirurgiões.
n  Ateou fogo em tratados de Galeno e Avicena
n  Anti-galenismo sistemático
n  Espírito revolucionário levou-o a conhecer as doutrinas médicas
n  Valorização dos conhecimentos  populares
n  indicação de tratamentos mais 'brandos' – evitando sangrias e vomitórios – para as diferentes moléstias
n  Medicação específica adequada a cada doença
n  Introduziu o conceito de posologia
n  Concepção unitária das ciências da Saúde: não dividir profissionalmente medicina, cirurgia e farmácia
n  Utilização de novas técnicas para o preparo de medicamentos a partir do laboratório alquímico
n  Obtenção dos princípios ativos isolados dos componentes da formula

Samuel Hahnemann (1755-1843)
Médico alemão, que criou a Homeopatia, preparou a maioria dos seus medicamentos a partir de vegetais, já preocupado com os efeitos tóxicos de algumas plantas e minerais, decidiu diluir os medicamentos ao máximo de maneira que sua toxicidade fosse diminuída, obtendo resultados ainda eficazes, mais tarde, Hahnemann resolveu diluir ainda mais os medicamentos e passou também a sacudi-los vigorosamente, batendo contra um anteparo e chamou este processo de dinamização. O ano de 1796 ficou conhecido como marco inicial da homeopatia, que se fundamenta na lei dos semelhantes, na experimentação no homem são e seus medicamentos são produzidos por diluição e dinamização.

No Brasil

Inicialmente a utilização de plantas medicinais no Brasil, foi gerado a partir dos conhecimentos indígenas, dos escravos e imigrantes. Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549, sendo os que mais se destacaram: Manuel da Nóbrega (1517-1570) e José de Anchieta (1534-1597). Eles cuidavam tanto de indígenas como dos colonizadores, praticando uma medicina empírica, assumiram esta função pela falta de assistência médica, bem como para se aproximarem mais dos indígenas. Utilizavam muitos conhecimentos terapêuticos indígenas, principalmente na utilização de ervas, sendo assim, grandes disseminadores desta cultura, chegando a enviar várias plantas para serem pesquisadas na Europa. No século XVII o holandês Maurício de Nassau, em sua invasão a  Recife, onde permaneceu de 1637 a 1644, trouxe médicos e químicos que pesquisaram em profundidade a flora medicinal brasileira. Desses estudos surgiu a primeira publicação sobre as plantas medicinais brasileiras, o livro “Historia Naturalis Brasiliae”, que foi publicado em Amsterdam em 1648.
 Até a década de 30 do século XX, as plantas medicinais e os medicamentos delas derivados constituíam o principal arsenal terapêutico do Brasil e no mundo, para médicos e a população em geral.
A Industria Brasileira
n  A indústria nacional de medicamentos, até 1940,  era em sua maioria de reduzidas dimensões e tinham uma origem familiar
n  Baseava-se no emprego de matérias-primas de origem vegetal e mineral, apresentando condições adequadas ao suprimento do mercado existente, àquela época bastante reduzido
n   Embora a produção de medicamentos satisfizesse o mercado, grande parte da população não tinha acesso aos serviços de saúde
 
O advento da Revolução Industrial proporcionou a produção em larga escala de vários gêneros de produtos, incluindo medicamentos. Neste contexto de nascente indústria farmacêutica, tornou-se ainda maior o interesse pelas plantas medicinais, estudando-se sua composição e os efeitos farmacológicos de seus distintos constituintes. Partiu-se assim para a síntese dos princípios ativos, empregando-os então de forma ampla na terapêutica de diversas entidades nosológicas. Dessa vertente temos o ácido acetil-salicílico (AAS), atropina, digitálicos, efedrina, mentol, alguns opiáceos, pilocarpina, quinino, reserpina, teofilina, vimblastina e vincristina, alguns entre uma grande quantidade de fármacos obtidos a partir de plantas.
 
O maior curador de todos os tempos
foi Jesus e assim ele aparece retratado em diversas
pinturas como um Boticário utilizando Plantas Medicinais.