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quarta-feira, 24 de setembro de 2014
domingo, 14 de setembro de 2014
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Vende-se gente
'O comércio de escravos na formação do nosso mundo' é o tema de capa da Revista de História do mês de setembro
Rodrigo Elias
Imagine ser arrancado da sua família. Imagine ser acorrentado, trancafiado, privado de luz, comida e água. Imagine ser negociado, jogado em um porão úmido, quente e superlotado, no qual permanecerá por semanas, sem ter ideia do seu destino. Imagine que aquele que agora o domina cogita jogá-lo ao mar por puro cálculo econômico. Imagine, por fim, que saiu vivo deste inferno e que agora tem a “sorte” de fazer parte de um lote de mercadorias e que sua existência dependerá do interesse material de alguém que poderá espancá-lo até a morte. Agora multiplique isto por 12 milhões.
Comparar tragédias não é tarefa fácil, mas poucas vezes a humanidade foi capaz de atrocidades com a dimensão da escravidão moderna. O comércio transatlântico de pessoas, longe de ter sido uma perversão do caráter ocidental, foi uma engrenagem que girou a roda do capitalismo entre os séculos XVI e XIX. A ligação entre o “infame comércio”, a industrialização da Europa, a sedimentação de estruturas de dominação no continente africano e a criação das novas sociedades americanas está nas páginas do dossiê preparado pelas historiadoras Cristiane Nascimento e Joice Santos.
Dos números da migração forçada ao tratamento dispensado à carga humana, percebemos uma racionalidade econômica que nos é muito familiar – lembrando que, em qualquer época, a utilização de dados frios para resumir o que é uma sociedade, sua riqueza ou sua pobreza é uma forma de dissociar-se do suor, da carne e do sangue de mulheres e homens que, no fim das contas, são os habitantes da História.
Aproveito este espaço para agradecer aos leitores, colaboradores, antigos conselheiros, editores que me precederam e toda a equipe, pretérita e atual, da Revista de História pela construção contínua desta publicação. Reafirmo nosso compromisso de fazer de suas páginas um lugar para as vozes múltiplas do trabalho historiográfico.
Vende-se gente
'O comércio de escravos na formação do nosso mundo' é o tema de capa da Revista de História do mês de setembro
Rodrigo Elias
Imagine ser arrancado da sua família. Imagine ser acorrentado, trancafiado, privado de luz, comida e água. Imagine ser negociado, jogado em um porão úmido, quente e superlotado, no qual permanecerá por semanas, sem ter ideia do seu destino. Imagine que aquele que agora o domina cogita jogá-lo ao mar por puro cálculo econômico. Imagine, por fim, que saiu vivo deste inferno e que agora tem a “sorte” de fazer parte de um lote de mercadorias e que sua existência dependerá do interesse material de alguém que poderá espancá-lo até a morte. Agora multiplique isto por 12 milhões.
Comparar tragédias não é tarefa fácil, mas poucas vezes a humanidade foi capaz de atrocidades com a dimensão da escravidão moderna. O comércio transatlântico de pessoas, longe de ter sido uma perversão do caráter ocidental, foi uma engrenagem que girou a roda do capitalismo entre os séculos XVI e XIX. A ligação entre o “infame comércio”, a industrialização da Europa, a sedimentação de estruturas de dominação no continente africano e a criação das novas sociedades americanas está nas páginas do dossiê preparado pelas historiadoras Cristiane Nascimento e Joice Santos.
Dos números da migração forçada ao tratamento dispensado à carga humana, percebemos uma racionalidade econômica que nos é muito familiar – lembrando que, em qualquer época, a utilização de dados frios para resumir o que é uma sociedade, sua riqueza ou sua pobreza é uma forma de dissociar-se do suor, da carne e do sangue de mulheres e homens que, no fim das contas, são os habitantes da História.
Aproveito este espaço para agradecer aos leitores, colaboradores, antigos conselheiros, editores que me precederam e toda a equipe, pretérita e atual, da Revista de História pela construção contínua desta publicação. Reafirmo nosso compromisso de fazer de suas páginas um lugar para as vozes múltiplas do trabalho historiográfico.
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